Saúde mental e o diagnóstico da infertilidade

Share on facebook
Share on twitter
Share on linkedin
Share on pinterest
Share on print
Share on email

A saúde mental é fundamental para o bem-estar global, mas diversos aspectos da vida persistentemente abalam o equilíbrio das emoções em diferentes níveis. Problemas com saúde estão entre as principais preocupações que impactam a saúde psicológica de um indivíduo, sendo o diagnóstico da infertilidade uma dessas variáveis. Logo, se faz cada vez mais necessário falar sobre a relação entre saúde mental e o diagnóstico da infertilidade.

Impacto do diagnóstico

O diagnóstico de infertilidade é um desafio global. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a infertilidade afeta entre 48 milhões de casais e 186 milhões de pessoas no mundo, o que representa cerca de 15% da população total do planeta. No Brasil, conforme a Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA), cerca de 8 milhões de pessoas podem ser inférteis. 

O impacto psicológico desse diagnóstico é profundo e muitas vezes subestimado. A jornada rumo à concepção, que muitas vezes é permeada por altos e baixos emocionais, intensifica o estresse e a ansiedade e afeta a vida da maioria das pessoas em seus vários aspectos: conjugal, familiar, profissional, pessoal e social. 

Durante o processo de encontrar uma razão que justifique a natureza do problema e, então, realizar os diferentes tipos de tratamento, a baixa autoestima tende a ser um dos primeiros sinais de que algo não está bem. Frustrações, ansiedades, medos e angústias também aparecem sinalizando o comprometimento da saúde emocional das pessoas envolvidas nessa jornada. De forma mais ou menos intensa, quadros clínicos de depressão e/ou ansiedade podem surgir a partir de experiências vividas antes, durante ou depois dos procedimentos de Reprodução Assistida (RA).

Além disso, a expectativa social em torno da concepção e a pressão para formar uma família podem aumentar o ônus emocional. Muitas vezes, a infertilidade é um fardo silencioso, carregado por casais que enfrentam olhares curiosos e comentários indelicados. A falta de compreensão e empatia da sociedade pode agravar a carga emocional, levando a sentimentos de isolamento e inadequação.

Infertilidade masculina

Além dos desafios emocionais enfrentados por casais que lidam com a infertilidade, é crucial destacar que a saúde mental também desempenha um papel significativo na fertilidade masculina. Estudos recentes têm demonstrado uma correlação entre o estresse crônico, ansiedade e até mesmo quadros de depressão com a qualidade do esperma e a função reprodutiva masculina. O impacto psicológico da busca pela concepção pode afetar não apenas as mulheres, mas também os homens, influenciando diretamente a fertilidade do casal. O estigma em torno da infertilidade masculina e a falta de discussão aberta sobre o assunto podem aumentar a pressão psicológica, agravando ainda mais a situação. Portanto, ao abordar a relação entre saúde mental e infertilidade, é fundamental considerar o impacto específico que as emoções podem ter na fertilidade masculina, promovendo uma abordagem integral e inclusiva para casais que buscam a realização do sonho da parentalidade.

Cuidado com a saúde mental

Tendo a saúde mental um papel crucial na capacidade do casal de enfrentar os desafios da infertilidade, o atendimento humanizado por parte dos profissionais da saúde torna-se indispensável. A equipe da RA deve abordar não apenas as questões médicas, mas também oferecer suporte emocional para que o casal consiga lidar com as emoções despertadas pela dificuldade para engravidar e a exposição de aspectos íntimos da relação sendo encarados como objeto de pesquisa. Nesse sentido, a SBRA destaca a importância da integração de cuidados psicológicos durante o tratamento de infertilidade, enfatizando a necessidade de uma abordagem holística para promover o bem-estar global. A valorização da história de cada paciente como uma vivência única traz a humanização necessária ao tratamento. 

Reconhecer a complexidade emocional associada à infertilidade e trabalhar para desmistificar estigmas e tabus é fator decisivo na promoção de uma abordagem mais compassiva e inclusiva na prestação de cuidados de saúde reprodutiva. Desta forma, é possível entregar compaixão, apoio e recursos que facilitem a navegação emocional dessa jornada. 

Compartilhe

Share on facebook
Share on twitter
Share on linkedin
Share on pinterest
Share on print
Share on email

Receba Nossa Newsletter

Receba em seu e-mail as novidades do Blog da Remed. Nós não enviamos spam, combinado?